1. O que é novo, e o que se mantém¶
Este trabalho é uma actualização do anteriormente realizado, para um período de tempo menor, e que introduziu uma abordagem específica para a análise da proximidade, distância e suporte mútuo entre todos os grupos parlamentares e deputados independentes presentes na Assembleia da República.
O trabalho original descreve de forma bastante aprofundada a metodologia utilizada e as escolhas que foram feitas, chegando ao ponto de ser complexo de ler para quem deseja ter um acesso mais directo aos dados finais. Esta actualização procede assim a algumas modificações a esse nível:
A utilização de Jupyter Book permite uma organização dos conteúdos de forma mais estruturada.
Os blocos de código estão escondidos, podendo ser vistos se desejado.
As explicações sobre os processos de tratamento de dados e fundamentação teórica das análises foi eliminado, reduzido ou movido para um apêndice ou nota de rodapé.
Para além destas alterações de forma, uma alteração de conteúdo: a análise original cobria parte da 14ª legislatura (do início até cerca de Fevereiro de 2021), com algumas actualizações posteriores a cobrirem períodos mais alargados ou a incidirem sobre áreas específicas. Este trabalho cobre todo o período da 13ª Legistatura em 2015 até Outubro de 2021, data na qual foi votada a não aprovação do Orçamento de Estado de 2022: todo o período de 6 anos onde o Governo minoritário do PS governou com apoio à sua esquerda, nomeadamento nas aprovações dos Orçamentos de Estado.
1.1. Ponto de partida e destino¶
Se o trabalho original foi pensado como resposta à entrada de novos partidos no Parlamento (IL e Chega) e o debate que se fez sobre o seu posicionamento geométrico no hemiciclo, esta actualização mantém exactamente os mesmos princípios e visualizações (com a eventual correcção de erros ou melhoramentos), sendo que no momento em que é publicado a leitura será, inevitavelmente, mais ampla: a cada altura específica, e decorrendo da forma como os dados podem ser mais ou menos interessantes para o debate político, os dados que apresentámos são alvo de picos de interesse.
O objectivo inicial do trabalho que introduziu a abordagem utilizada era razoavelmente simples:
O ponto de partida para esta análise foi precisamente tentar descobrir se exclusivamente com base na actividade parlamentar, e em concreto no registo de votações, é possível estabelecer relações de proximidade e distância que permitam um agrupamento que não dependa de classificações a priori, e se sim, de que forma estes agrupamentos confirmam ou divergem da percepção existente?
Essa simplicidade faz com que os mecanismos de análise utilizados sejam genéricos e aplicáveis de forma mais vasta: se serviram inicialmente para enquadrar a questão do local onde os novos partidos se iriam sentar, servem agora para uma restrospectiva dos 6 anos que permeiam a moção de censura que derrubou o recém-eleito governo do PSD e CDS em 2015, até à não aprovação do Orçamento de Estado de 2022